Esse blog é uma homenagem às minhas avós, às avós do meu filho e a todas as mulheres que tem a doce experiência de serem avós. Acredito que no âmbito familiar poucas coisas são tão saudáveis quanto o estar na casa da vovó, desfutar de sua companhia, de seus quitutes e fazer descobertas diárias sobre o mistério que envolve a distãncia entre as coisas do tempo da vovó e a nossa vida cotidiana, principalmente quando somos crianças.

Seguidores

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Havia uma caixa na janela



O sol já estava brilhando quando acordamos. Na verdade, bem antes das seis da manhã. Vovó já havia tomado café e estava no quarto dos segredos. É o único quarto da casa no qual  criança não pode entrar sem permissão. Fica quase sempre fechado à chave e lá dentro tem muitas coisas velhas e empoeiradas, além do baú ... Quando passei no corredor a caminho da cozinha, vi que ela tirando alguma coisa lá do fundo do velho baú. Como estava faminta, não quis parar para ver o que era, mas assim que tomei o meu café da manhã chamei minhas primas e fomos até o quarto dos segredos.
Não tivemos muita sorte, vovó já havia fechado a porta e nenhuma de nós teve coragem de perguntá-la o que havia feito por lá. Muito curiosas saímos conversando sobre o que poderia ser e fomos  apanhar uns gravetos secos para Zefa usar no fogão. Aproveitamos e catamos também alguns cajuzinhos maduros.
Quando nos aproximamos da porta da cozinha para deixar os gravetos, Zinha olhou para cima e viu em uma das janelas uma caixa decorada com tecido de bolinhas. Fez um sinal para que todas nós olhássemos.  
Entramos para dentro da casa,  percorremos todos os quartos e não achamos a caixa. Foi aí que lembramos do quarto dos segredos e do mistério da vovó logo cedo. Percebendo nossa agitação vovó aproximou-se e disse:
- Já sei! Vocês estão curiosas para saber o que tem na caixa que coloquei na janela, não é?
Nosso sorriso denunciou a intenção. Vovó abriu a porta e nos mostrou a caixa cheirando a mofo que ela havia colocado na janela para tomar sol. Dentro da caixa alguns chapéus que foram usados por ela quando ainda era uma mocinha! Como são lindos! Como eram elegantes as mulheres daquele tempo!








2 comentários:

Anita disse...

Anabela, consegui entrar no conto como se estivesse ali também vendo a vovó no qto dos segredos, história leve e cativante, bjs.

Alvaro Oliveira disse...

Olá Anabela

Lindíssimo este conto. Mas valeu a curiosidade
de saber o que havia na caixa. lindos os chapéus.
Obrigado minha amiga pela visita e comentário.

Beijos

Alvaro